(Update: Post 02, Coragem, já foi feito. Clicar aqui ou no índice ao final deste post)
Eu não tenho paciência de fazer suspense, então vamos começar a série de posts.
Primeiramente eu preciso que vocês aceitem que existe uma distinção entre a capacidade de compreender, não só Olavo, como qualquer coisa (vide post anterior). É duro, é triste, eu morro de vergonha, mas já dizia o velho ditado:
As categorias com que tentei montar este blog - e se assim conseguir, investirei mais a sério daqui pra frente - são uma amostra desse fenômeno. Existem as pessoas que, diante de uma personalidade elevada - ainda que, claro, a polêmica ajude a "financiar" o fenômeno - só enxergam fofocas biográficas banais, que vai desde quem apenas fala da vida do Olavo, como a própria Heloísa, filha dele, até os que só enxergam "cu", mostrando, antes, os focos freudianos de seu interesse e não os do Olavo (vide artigo do blog). Há quem enxergue ali apenas seus comentários do cotidiano, em geral por meio da visão midiática. Há, já em número bastante menor, os que debatem acerca das questões que ele abriu em outras áreas, como nas ciências, na literatura etc. (isso quando é debate e não apenas confusões de entendimento sobre o que ele verbalizou de fato). E, por fim, há os que enxergam as questões filosóficas e como elas influenciam de cima pra baixo o restante dos casos. Em outras palavras, em qualquer pessoa é preciso saber ver de cima pra baixo a partir de qual o ponto mais elevado que o sujeito conseguiu trabalhar, e qual foi o foco da sua atenção, e é desse centro, sobretudo numa personalidade ordenada, que todo o resto se ilumina. Quem quer que não olhe pra esse foco acaba por construir um personagem caricato. Isso em si já seria problema se fosse feito pela população em geral - mas, quando, além disso, é hábito comum mesmo em universitários, que deveriam zelar pelo conhecimento e pela impessoalidade científica, aí é porque a vaca já foi pro brejo.
Essas categorias de compreensão, que eu vou resumir aqui, me ordem ascendente, onde as seguintes incorporam as anteriores, como: a) fofoca, b) política, c) cultura, d) espiritualidade, e) filosofia; são, antes de mais nadas, tendências de foco que não serão aplicados só ao Olavo, mas a qualquer tema, pessoa ou objeto estudado, inclusive si próprios. Mesmo que a pessoa faça um julgamento bom de si mesmo, esse julgamento só considerará até essa esfera a partir da qual ele é capaz de enxergar o outro.
Esse é o pressuposto em que vou trabalhar nos posts daqui em diante. Não li tudo quanto gostaria para fornecer uma prova documentada por A+B, mas é algo que vi e revi insistentemente na minha experiência, e mais explicitamente na coleta de dados pro blog olavismo, quer ele existisse concretamente, quer fosse apenas minhas investigações para avaliar Olavo e o fenômeno Olavo, que vieram antes da ideia de expô-los em blog.
A hipótese trabalhada aqui é a de que o COF tem como uma das finalidades centrais desenvolver a inteligência do sujeito. Por inteligência, quero dizer a capacidade de enxergar o objeto em toda a sua particularidade, levando em conta tanto o que estamos conhecendo dele quanto o que não conhecemos. É só na medida do que sabemos comparada ao que não sabemos que se pode fazer um julgamento justo. É a falta dessa medida que gera, por exemplo, a incompreensão em torno da figura Olavo de Carvalho.
Pelo que eu entendi dessa habilidade de compreensão, ela precisa de:
a) Coragem
b) Amor
c) Linguagem para decodificar a mensagem
d) O sentido de uma ordem que incorpora todas as coisas (Deus)
e) Auto-confissão I (sua posição sentimental sobre o objeto)
f) Auto-confissão II (a distinção entre conhecimento por experiência e paráfrase)
g) Auto-confissão III (a distinção entre saber e hipótese)
h) O sentido de imensidão do saber
i) A distinção entre especialidade e generalidade (ciência x filosofia)
Este post vai estar sujeito a algumas edições, visto que minha escrita não é muito cuidadosa, mas a princípio acredito que sejam estes 9 aspectos o que empatam a compreensão em geral, e com Olavo em específico. É, portanto, também os 9 aspectos que prendem o espírito e impedem-no de alçar voos mais altos na compreensão da ordem humana e aproximação de uma antevisão da divina, salvo exceções miraculosas. Pela minha experiência - ainda pouca, mas, me parece, de boa pontaria - com grupos esotéricos, percebo que em geral há uma tendência a desenvolver mais ou menos os aspectos de d) a i), e, no sentido de simbolismo, mas incompleto, o c). Em particular f é dos mais importantes, e dos mais "esotéricos", porque está justamente na raiz da compreensão simbólica. Olavetticamente, como mostrarei, é quase nosso feijão com arroz, mas é preciso colocar a coisa em perspectiva para que ela possa mostrar sua potência verdadeira.
Espero conseguir dar esse apoio para a comunidade que busca aprender a compreender Olavo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário